
Para termos uma
compreensão correta acerca de liderança espiritual, precisamos saber quem somos
e o que se espera de um líder que é discípulo de Jesus.
SOMOS UMA IGREJA EM CÉLULAS
O
que significa ser uma igreja em células?
Embora o termo
“igreja em células” tenha uma ênfase exagerada em crescimento numérico, esse
não é o nosso caminho. O nosso objetivo não é simplesmente levar nossa igreja a
crescer numericamente. Nós desejamos estar, de fato, trabalhando na edificação
da igreja como a Noiva de Cristo.
Para
nós, as células são uma ferramenta que melhor nos ajuda a expressar a vida de
Cristo na igreja. A nossa tendência é o isolamento, e as células nos forçam a
viver uma vida mais comunitária. Nesse sentido, um membro que se recusa a
participar de uma célula está se excluindo da comunhão do Corpo de Cristo.
Por quê somos uma
igreja em células?
Existem alguns
bons motivos pelos quais ser uma igreja em células é tão importante:
· No ambiente da célula há espaço para
todos os tipos de dons serem exercidos: o Espírito Santo
concede dons à igreja para sua edificação e desenvolvimento: “Portanto, que
diremos, irmãos? Quando vocês se reúnem, cada um de vocês tem um salmo, ou uma
palavra de instrução, uma revelação, uma palavra em uma língua ou uma
interpretação. Tudo seja feito para a edificação da igreja” (1Coríntios 14.26). Na célula, cada membro pode exercer
livremente o dom espiritual que recebeu do Espírito Santo, sendo que num ambiente
mais formal e com muitas pessoas como a celebração, isso se tornaria inviável.
· É mais fácil e simples cuidar de
grupos menores. O cuidado espiritual é uma das grandes
necessidades de quem nasceu de novo. Grupos grandes impedem um pastoreio
eficiente, enquanto que na célula o pastoreio pode ser feito com maior
facilidade. Jesus pediu que orássemos para que mais pessoas pudessem ser
pastoreadas: “Jesus
ia passando por todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando
as boas novas do Reino e curando todas as enfermidades e doenças. Ao ver as
multidões, teve compaixão delas, porque estavam aflitas e desamparadas, como
ovelhas sem pastor. Então disse aos seus discípulos: ‘A colheita é grande, mas
os trabalhadores são poucos. Peçam, pois, ao Senhor da colheita que envie
trabalhadores para a sua colheita’”
(Mateus 9.35-38).
· A célula era o ambiente mais comum da
igreja de Jesus em seu início. Existem diversas
referências no Novo Testamento que nos mostram que haviam várias igrejas que se
reuniam nas casas. A Igreja de Jerusalém se reunia no templo judeu e nos lares
(Atos 2.46 e 47 e 5.42). Em Atos 20.20
Paulo anunciava o evangelho de casa em casa.
No capítulo 16 da carta de Paulo aos romanos ele faz recomendações e
saudações a vários líderes dirigentes (pastores) de igrejas caseiras,
conhecidos e treinados por ele na Ásia, inclusive mulheres (Priscila e Áquila,
Epêneto, Maria, Andrônica e Junia, Urbano, Trifena e Trifosa, Pérside, Júlia e
outros, além de Febe). Cita ainda nominalmente 5 igrejas caseiras (versos
5,10,11,14 e 15). Outras citações: I Coríntios 16.19; Gálatas 1.2; Filipenses
4.22; Colossenses 4.15; Filemon 2.
VERDADEIROS LÍDERES ABANDONAM A MENTALIDADE DO SERVO
INÚTIL
Jesus
nos apresenta dois contextos nos quais a ideia de Servo Inútil aparece. O
primeiro é o de Mateus 25.15-30 e o segundo é o de Lucas 17.7-10. A mentalidade
do servo inútil deve ser rejeitada por aqueles que desejam servir a Deus como
líderes na igreja. Em cada texto citado vemos uma característica dos servos
inúteis.
O servo
inútil não distribui a graça de Deus conforme a recebeu
No
evangelho de Mateus vemos um servo que não confiou na Graça de Deus e não foi
grato pelo privilégio de ser quem se é para Deus. Teve medo de expressar e aumentar
o dom da Graça na nossa vida, o que significa viver a plenitude de nossos dons,
talentos, recursos e possibilidades.
Embora
dois servos tenham cumprido a vontade de Jesus e tenham recebido o elogio de
Jesus, o Servo Inútil recebe um severo castigo. O servo inútil é aquele que crê
em Deus com raiva de Deus. Ele projeta em Deus sua própria raiva de ser e
existir. Apenas crê em Deus como um fato inegável, porém desgraçado. Para o
servo inútil, Deus é visto como cruel e inimigo da alegria e da aventura de ser
e crer. Ele transfere para Deus sua própria visão mesquinha da vida, buscando
assim não perder o que é de Deus.
O servo
inútil, sem entender que o que Deus quer não é o dom que Ele deu,
mas sim que a pessoa cresça conforme a confiança que tenha no fato de que Deus
é amor. Também o servo inútil não entende que Deus nunca dá sem que peça
depois, e também nunca pede mais do que a capacidade de cada um de desenvolver.
Aqui em
Mateus o Servo Inútil é caracterizado por alguém que transfere sua Amargura
para Deus e para a vida!
Reflexão: você é o tipo de pessoa que transfere a amargura da
sua alma para Deus e para a vida? Suas frustrações e decepções são assumidas
por você como oportunidades de crescimento e gratidão, ou são lançadas sobre os
outros, ou até mesmo Deus, culpando-os?
O
servo inútil é o tipo de assalariado que nunca é voluntário para nada, mas
deseja reconhecimento e gratidão
Em
Lucas o Servo Inútil é aquele que é pago para fazer as coisas,
mas, ainda assim, quer que ao chegar de suas tarefas o patrão se
levante para agradecer! Sim!
Trata-se daquele tipo de assalariado que nunca é voluntário para nada, mas que
deseja que o Patrão seja grato por ele fazer apenas aquilo que é pago para
fazer! Nesse caso, o Servo Inútil é o Funcionário
do Bem, mas que nunca é Voluntário do Bem!
Ou o
Servo Inútil esconde com raiva a chance de servir, conforme Mateus, ou, então,
é aquele que acha que a vida tem uma dívida para com ele, realizando apenas o
que lhe for mandado como tarefa de um salário, mas sem jamais se oferecer para
a vida como um voluntário.
Desse
modo, o Servo Inútil é aquele que recebe o dom da Graça e o enterra sob a
alegação de que servir a Deus é coisa dura e arriscada. Ou, então, é aquele que
serve a Deus e à vida na esperança de ser visto como herói de algo que nada
mais é do que mera obrigação. Ou seja, de algo cujo pagamento é a Graça de
fazer.
Servo
Inútil é todo aquele que diz: “Não fiz nada, mas não atrapalhei... Afinal,
Deus é duro!”. Ou então: “Fiz tudo o que me mandaram. Recebi muito por
isto. Mas onde está o reconhecimento?...”. Os amargurados fazem a primeira
declaração com muito orgulho. Os narcisistas e legalistas fazem a segunda declaração
com cobrança ingrata.
Acerca de ambos os
casos e espíritos, Jesus apenas diz: “Tirai-lhe, pois, o talento; e dai-o ao que
tem os dez talentos. Porque a qualquer que tiver será dado, e terá em
abundância; mas ao que não tiver até o que tem ser-lhe-á tirado. Lançai, pois,
o servo inútil nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes” (Mateus 25.28-30), e “Assim também vós,
quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis, porque
fizemos somente o que devíamos fazer” (Lucas 17.10).
É
preciso que esteja atento à sua vida para ver se você não oscila entre dias nos
quais você esconde a Graça com raiva de Deus por mera amargura contra a vida.
Ou, então, veja se você não é daqueles que fazem a obrigação que é remunerada
com Graça inefável, e, ainda assim, desenvolve expectativas que o Patrão da
Vida não dispensará a você jamais.
Amargurados
e Narcisistas não ganham nada de Deus! O Servo Bom é aquele que se sabe tão
inútil, que, por tal razão, vê em toda chance de servir algo que é apenas um
Indizível incrível privilégio!
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