Koinonia, a comunhão dos santos!


Devemos ser humildes e reconhecermos que precisamos crescer em nosso nível de comunhão.
Algumas pessoas imaginam que pelo fato de freqüentarem os cultos da Igreja estão na comunhão do irmãos, mas é possível freqüentar cultos a vida inteira e ainda assim ser alguém sozinho e desconectado.
Evidentemente ninguém pode ter comunhão sozinho, é preciso mais de uma pessoa para se estabelecê-la e também não podemos ter comunhão com uma multidão.
A comunhão verdadeira acontece num grupo pequeno de pessoas. É por isso que somos uma igreja em célula.
A comunhão também não é algo que acontece automaticamente. É algo que precisa ser intencionalmente cultivado. Precisamos aprender a ter comunhão uns com os outros.
A palavra bíblica para comunhão é koinonia. Koinonia significa ter algo em comum, significa estar comprometido uns com os outros assim como estamos com Cristo.
 O pecado destruiu a comunhão entre Deus e o homem, mas também quebrou a comunhão entre homem e homem. Antes do pecado não havia problema de comunhão. A palavra de Deus diz que no princípio “um e outro, o homem e sua mulher, estavam nus e não se envergonhavam” (Gn, 2:25).
Estar nu significa estar despido de qualquer máscara ou defesa. Significa que estou aberto para o meu irmão e posso ter comunhão com ele.
Para sermos igreja é preciso destruir o individualismo, o pensamento de que eu me basto. Seus talentos não são para o seu benefício somente, são para os outros. O Senhor também deu talentos aos outros para beneficiar você. Deus quer que dependamos uns dos outros para cumprir o seu propósito.
Para sermos igreja nós precisamos da verdadeira Koinonia, ou comunhão do Novo testamento. “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós” (II Cor. 13:13).
Uma igreja forte não é necessariamente aquela que possui uma palavra forte, poder espiritual ou boa estrutura. Essas coisas são desejáveis, mas mesmo uma igreja cheia de milagres pode ser frágil e até mesmo uma igreja com um louvor magnífico pode estar paralisada.
Jesus não disse que seríamos conhecidos como seu discípulos porque operamos milagres e nem porque temos uma música magnífica. Ele disse que seríamos conhecidos como seus discípulos por causa do amor (Jo. 13:35).
Não abrimos mão de poder, louvor, estruturas e prosperidade, mas precisamos realçar que forte é aquela igreja que possui a verdadeira comunhão do espírito no Espírito Santo. A força do corpo está nas suas juntas. Mesmo que os ossos sejam fortes, se a juntas forem fracas o corpo não conseguirá se manter. É como os nós de uma rede. A rede é forte se os nós forem fortes. A força de uma igreja está na sua unidade promovida pela comunhão.
Uma igreja só é forte quando ela está entrelaçada como os nós de uma rede. Se os nós da rede estiverem firmes e consolidados aquela rede vai estar apta para ser lançada ao mar do mundo para fazer a grande pescaria das almas. Evidentemente nós somos pescadores de homens e devemos individualmente testemunhar do Senhor, mas a igreja, por causa dos nossos vínculos de amizade, de nossas ligaduras de amor se torna uma rede onde as pessoas ficam presas nesses nós de comunhão.
A verdadeira comunhão cristã somente pode acontecer por meio do Espírito Santo, o Cristo que habita em nós. Se retirarmos a unção não haverá comunhão porque é o Espírito Santo quem promove a comunhão do corpo.

O que não é a comunhão do Espírito Santo ou koinonia
1. Não é um ambiente social superficial
Esse é o tipo de comunhão de um clube como Lyons ou Rotary. É a comunhão barata sem compromisso e não passa de um evento social. Essa comunhão pode ser encontrada fora da Igreja, mas a verdadeira koinonia somente pode ser encontrada na Igreja do Senhor Jesus. A igreja não é um clube.
É claro que amamos fazer aquele churrasco juntos e sem dúvida apreciamos aquela partida de futebol. Fazemos isso o tempo todo na igreja, mas a verdadeira comunhão do Espírito vai muito além disso.
Pessoas superficiais têm comunhão, mas quando estão juntos se assentam para falar futilidades e para comentar a vida  dos outros. Eles têm comunhão, mas é uma comunhão que gera morte. Uma roda de escarnecedores é um tipo de comunhão e na verdade até os cães vivem em comunidade.
Não é possível ter comunhão sem estarmos juntos, mas o estar juntos apenas não significa uma comunhão do espírito. A igreja se diverte, mas divertir juntos só não faz de nós igreja.
A verdadeira comunhão implica em compromisso e aliança. A comunhão social de um clube é uma comunhão sem aliança. Trocamos de clube de acordo com a nossa conveniência ou insatisfação.

2. Não é uma comunhão abstrata
Apenas estar juntos não é suficiente para ter a comunhão, mas não podemos ter comunhão se não estamos juntos. Para desfrutarmos da comunhão do Espírito Santo precisamos estar juntos. Existe algo que une todos os cristão, mas a verdadeira koinonia implica em estar juntos em um grupo menor.
Já viram aquele irmão dormindo na reunião de oração? Quando é exortado sempre diz que estava orando em espírito. O mesmo acontece com aquele que só aparece na célula ou no culto de celebração em dia de ceia, ele sempre diz que está em comunhão com a igreja, mas no espírito. Ele diz que faz parte da igreja invisível. É verdade, a gente nunca o vê no culto. Não adianta se esconder atrás dessa suposta comunhão. Se não estamos juntos num propósito e numa aliança então não temos comunhão verdadeira. Isto é desculpa de gente independente e individualista.

O que é a comunhão do Espírito Santo ou koinonia?
1. É vida compartilhada
Não é uma questão de ter muitas pessoas, mas de ter uma só vida. Não é uma questão de ter uma multidão, mas se eles possuem todos a mesma natureza.
A palavra Koinonia significa vida compartilhada. Nós compartilhamos da vida do mesmo Cristo. Portanto comunhão é uma questão de compartilhar do mesmo tipo de vida. Um cão não pode ter comunhão com um gato e nem um rato com um elefante. Não possuem o mesmo tipo de vida. Esse é o motivo porque hoje podemos ter comunhão com Deus, porque possuímos a sua natureza e a sua vida.
Nós não podemos ter comunhão com as trevas porque somos luz. Não podemos ter comunhão com aquele que não possui a vida de Deus dentro de si. “Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores” (Sl. 1:1). Dos ímpios podemos ser colegas, conhecidos ou ter relacionamentos superficiais, mas comunhão não podemos ter com eles. Eles são trevas, nós somos luz. Comunhão é compartilhar vida.
“Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas? Que harmonia, entre Cristo e o Maligno? Ou que união, do crente com o incrédulo? Que ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos? Porque nós somos santuário do Deus vivente, como ele próprio disse: Habitarei e andarei entre eles; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não toqueis em coisas impuras; e eu vos receberei, serei vosso Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso” (II Cor. 6:14-18).
·      Como se aconselhar com alguém que não conhece a Deus e nem tem o Espírito de Cristo?
·      Como abrir o coração com um ímpio? Jesus disse que não devemos jogar pérolas a porcos.
·      Nossas lágrimas são pérolas, nossos sonhos são jóias preciosas. Ovelhas não deveriam ter comunhão com lobos. Só há comunhão se o jugo for igual.
O Cristo que habita em mim sempre saudará o Cristo que habita em você. Nenhum de nós possui a plenitude de Cristo dentro de si, mas quando temos comunhão é como se as diversas partes se ajuntassem e formassem um todo. A plenitude de Cristo é para todo o corpo e não apenas para um único membro. É como se cada um de nós tivesse um pouco de Cristo dentro de si, então quando todos se ajuntam as porções se encontram e uma porção tremenda de Cristo se faz presente.
Para termos koinonia precisamos ter uma mesma salvação, uma mesma fé, um mesmo destino e um mesmo Deus.
Além disso precisamos estar no espírito. Algumas vezes os crentes espirituais têm dificuldade de ter comunhão com carnais. Ainda que possuem a mesma natureza, não estão na mesma freqüência. Os carnais não conseguem ter comunhão genuína porque a vida de Deus neles está abafada. Mas quando estamos cheios do Espírito a comunhão flui espontaneamente.
O carnal, entre outras coisas, é aquele que se recusa a andar na luz. Se não andamos na luz não podemos ter comunhão no espírito uns com os outros. “Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado” (I Jo. 1:7).
A expressão “como ele está na luz” é um aposto e pode ser retirado sem prejuízo para o sentido do texto. Assim o versículo ficaria assim: ““Se, porém, andarmos na luz mantemos comunhão uns com os outros...” Só podemos ter comunhão num ambiente de luz. Na luz a comunhão é inevitável e espontânea. Aqueles que possuem áreas escuras fogem da comunhão. Aquele que possui pecado não confessado foge da comunhão como Adão que se escondeu entre as árvores do jardim. Quem anda na luz não tropeça. Se tropeçou é porque já estava em trevas. Quem está no escuro não sabe por onde anda e acaba caindo. Mas a palavra de Deus é lâmpada para os pés.
Mas não se preocupe. Onde houver trevas, um dia a luz de Deus vai brilhar. O Pr Aloísio da igreja videira conta que havia um irmão em sua igreja que tinha o costume de ler revista pornográfica. Ele sempre comprava as revistas numa mesma banca longe de sua casa e do prédio igreja. Um dia aconteceu daquele dono da banca ir ao culto e ali ele aceitou o apelo para salvação, Naquele dia muitas pessoas se decidiram a Cristo então o pastor pediu para que os irmãos que estava ali próximo ajudasse a orar. Sem saber de nada ele pediu para que aquele irmão orasse justamente com o dono da banca. Aquele irmão ficou numa sinuca porque o dono da banca olhou pra ele como que dizendo: “mas logo você?”
Não há nada escondido que não venha a ser revelado. Se você é filho da luz Deus não vai deixá-lo nas trevas. Devemos ter comunhão para que a luz dos irmãos ilumine as nossas vidas.
A igreja não é uma questão de vários cristãos estarem juntos com diversos outros cristãos. Não é uma questão de muitos homens, mas de uma vida. A Igreja só é igreja porque possui muitos homens que têm a mesma vida que é Cristo.
Cada um de nós tem uma porção de Cristo e quando estas porções de Cristo são colocadas juntas então temos a igreja.

2. É a comunhão que Cristo teve com seus discípulos - aliança e compromisso mútuo
A  comunhão de Cristo com os discípulos foi mais que ficar juntos o dia todo ou mesmo morar numa mesma casa. Na verdade Jesus não vivia com os discípulos numa mesma casa. É verdade que eles viajavam e nessas ocasiões ficavam num mesmo lugar, mas no restante do tempo os discípulos tinham casa e família para cuidar. A comunhão entre eles era, antes de tudo, uma questão de compromisso mútuo e aliança.
Para ter comunhão é preciso ter compromisso. Por que os discípulos tinham comunhão com Jesus e os fariseus não tinham? Porque os discípulos tinham compromisso. Se você não tem compromisso nem de vir ao culto da igreja, se não há compromisso com uma célula, então você está fora da verdadeira comunhão do Espírito. Você tem compromisso com os membros de sua célula? Você tem aliança com o líder da sua célula? Ter compromisso é uma condição fundamental para uma comunhão verdadeira.
Não podemos ter comunhão com alguém se não temos compromisso com ela. Muitos pensam que precisam ter compromisso apenas com Deus. Isto é um engano. Nós temos compromisso com irmãos também. Sem compromisso nossa comunhão torna-se alguma coisa superficial.
Na última ceia Jesus mandou que Judas saísse. Judas não tinha compromisso por isso não podia estar na comunhão.
Quando somos envolvidos num ambiente de compromisso temos liberdade para ser, para perguntar, para precisar ou para simplesmente estar.

3. É a comunhão da Igreja primitiva - comunhão de propósitos
A comunhão na igreja primitiva era acima de tudo uma comunhão de propósitos. Eles perseveravam na doutrina dos apóstolos. Era uma comunhão na Palavra, no Espírito e na oração.
Só há comunhão entre pessoas que possuem o mesmo propósito, a mesma visão. Podemos ter a mesma vida e a mesma natureza, mas se não temos um mesmo propósito estaremos caminhando em direções diferentes.
Como caminhar junto com alguém que está indo para um destino diferente? A Palavra do Senhor diz que dois não poderão caminhar juntos se não têm o mesmo propósito. “Andarão dois juntos, se não houver entre eles acordo?” (Am. 3:3). A comunhão implica em perseverar na mesma visão e propósito.
É por causa disso que há tempo de estar junto, mas também há tempo de separar. Há o dia em que Caim precisa se separar de Abel. Existe o dia em Abraão precisa se separar de Ló. Isaque deve se separar de Ismael, Jacó deve deixar Esaú e Davi não poderá andar com Saul. Se Paulo e Barnabé não conseguem mais andar juntos, se não há entre eles acordo, então devem se separar.
Esse tipo de comunhão não podemos ter com todos os salvos desse país ou mesmo da cidade. Essa comunhão só pode acontecer na igreja local. É espiritual, mas é antes de tudo uma comunhão prática e viva. Se não temos o mesmo propósito não desfrutamos do tipo de comunhão que havia na igreja primitiva.
Atos 2 diz que os primeiros crentes perseveravam na comunhão que implicava em unidade de pensamento e de propósito, amor fraterno e compartilhamento mútuo. “E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações” (At. 2:42). Eles tinham uma comunhão baseada na doutrina dos apóstolos, ou seja, baseada numa visão, num ensino, num propósito.  Eles viviam debaixo de uma atmosfera, um ambiente espiritual cultivado e protegido.

4. É a comunhão que há na trindade
Koinonia é o cumprimento da oração de Jesus em João 17:11 e 21. Jesus disse: “Já não estou no mundo, mas eles continuam no mundo, ao passo que eu vou para junto de ti. Pai santo, guarda-os em teu nome, que me deste, para que eles sejam um, assim como nós” (Jo. 17:11). “A fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste” (Jo 17:21).
Veja que coisa mais tremenda. Você tem noção da unidade que há entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo? A comunhão da própria divindade? Jesus orou para que nós possamos experimentar entre nós o mesmo tipo de unidade.
Uma crítica que me fazem é de pregar coisas ideais que nunca conseguiremos viver nesse mundo. Mas Jesus orou para que isso acontecesse, então temos de crer que isso é possível.
Eu creio que podemos ter esse tipo de unidade em nossa igreja local e em cada célula. Reconheço que estamos distantes disso, mas não vamos desistir de perseguir a vontade Deus. Mede-se a grandeza de um homem pela grandeza dos seus propósitos. Nosso encargo é ser uma igreja de vencedores.
Essa oração de Jesus é o cumprimento na história humana da realidade da vida divina. É Deus de fato expressado entre os homens.
Estamos distantes de alcançarmos esse tipo de comunhão, mas não devemos nos desculpar e fugir do desafio. Precisamos buscar esta realidade. Esse é o propósito final de Deus. Queremos ganhar essa geração e gerar milhares de filhos para o Senhor, mas nada disso acontecerá se não houver unidade entre nós.
O alvo final da comunhão é nos tornarmos um. O alvo da comunhão não é só sermos supridos e abençoados pelos irmãos. O avo final da comunhão é a unidade completa de propósito e de visão.

Pr. Rogério L. Cunha
Nação Santa Igreja em Célula – Goiânia -GO

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