CÉLULA: FUNDAMENTO BÍBLICO E OBJETIVOS



Nós somos uma igreja em células. Isso significa que praticamente todo o nosso funcionamento gira em torno das células, embora nem tudo o que façamos seja por meio das células. Não somos uma igreja em células por causa de modismos ou por interesses pessoais. Somos uma igreja em células porque seu fundamento bíblico é fortíssimo e seus objetivos são bem claros.
A célula é um grupo de 3,4,5 até 15,16,17 ou mais pessoas que se reúnem toda semana em uma casa para adorar à Jesus, conhecê-lo por meio das Escrituras, desfrutar de amizade e comunhão no relacionamento uns com os outros, orar uns pelos outros, ajudar nas necessidades, alcançar pessoas novas e  lanchar.

FUNDAMENTO BÍBLICO PARA AS CÉLULAS
Embora o termo “célula” não esteja na bíblia, estamos conscientes de que seu princípio está. O princípio básico das células são as reuniões pequenas com o intuito de atingir o máximo número de pessoas e uma maior comunhão.
A prática de pequenos grupos está por toda a bíblia. Jetro, cheio de sabedoria, observou que seu genro Moisés passava praticamente o tempo todo julgando e resolvendo as questões do povo hebreu, o que lhe era tremendamente estafante, não lhe restando tempo nem forças para outras atividades também importantes. Aconselhou-o então a dividir o povo em pequenos grupos com chefes de mil, de cem, de cinqüenta e de dez para que resolvessem as questões básicas do povo. Moisés pode então exercer uma liderança eficaz entre o povo (Êxodo 18.1 a 27).
O ministério de Jesus foi o exemplo de uma célula. Liderou por cerca de 3,5 anos um grupo básico de 12 pessoas e estes, após o Pentecostes, multiplicando-se foram usados por Deus para mudar a história do mundo e a nossa própria história.
A Igreja de Jerusalém se reunia no templo judeu e nos lares: “Todos os dias, no templo e de casa em casa, não deixavam de ensinar e proclamar que Jesus é o Cristo”(Atos 5.42).  Em Atos 20.20 vemos que Paulo anunciava o evangelho de casa em casa: “Vocês sabem que não deixei de pregar-lhes nada que fosse proveitoso, mas ensinei-lhes tudo publicamente e de casa em casa”.
Em Romanos 16.3-5 Paulo cita Priscila e Áquila como anfitriões de uma igreja em sua casa: “Saúdem Priscila e Áqüila, meus colaboradores em Cristo Jesus. Arriscaram a vida por mim. Sou grato a eles; não apenas eu, mas todas as igrejas dos gentios. Saúdem também a igreja que se reúne na casa deles. Saúdem meu amado irmão Epêneto, que foi o primeiro convertido a Cristo na província da Ásia” (conforme 1Coríntios 16.19). Ninfa era uma irmã que também possuía uma igreja (célula – pequeno grupo) em sua casa: “Saúdem os irmãos de Laodicéia, bem como Ninfa e a igreja que se reúne em sua casa” (Colossenses 4.15). O irmão Arquipo era outro que possuía uma igreja em sua casa: “à irmã Áfia, a Arquipo, nosso companheiro de lutas, e à igreja que se reúne com você em sua casa” (Filemon2). Não nos surpreende que as "igrejas caseiras" tornaram-se o meio principal (e não o único) para o crescimento do evangelho e da fé cristã.

OBJETIVOS DAS CÉLULAS
         Não podemos falar de objetivos das células, sem falarmos de igreja. Os objetivos que a célula atinge são os mesmos da igreja. Depois que Jesus morreu e ressuscitou, o Espírito Santo desceu sobre os que criam em Jesus e quase 3 mil pessoas se converteram em um só dia. A partir daí surgiu a igreja primitiva, ou a igreja em Jerusalém. Veja como Lucas descreve a vida dessa igreja: “Eles se dedicavam ao ensino dos apóstolos e à comunhão, ao partir do pão e às orações.Todos estavam cheios de temor, e muitas maravilhas e sinais eram feitos pelos apóstolos. Os que criam mantinham-se unidos e tinham tudo em comum. Vendendo suas propriedades e bens, distribuíam a cada um conforme a sua necessidade. Todos os dias, continuavam a reunir-se no pátio do templo. Partiam o pão em suas casas, e juntos participavam das refeições, com alegria e sinceridade de coração, louvando a Deus e tendo a simpatia de todo o povo. E o Senhor lhes acrescentava diariamente os que iam sendo salvos” (Atos 2.42-47). A partir desse texto podemos observar como uma igreja deve ser e, consequentemente como as células devem funcionar, visto que a célula é uma igreja na casa.
A palavra chave desses versículos é “dedicavam”. Dedicar significa aplicar, consagrar, cultivar. A igreja descrita em Atos 2 aplicava-se, consagrava-se e cultivava o ensino dos apóstolos, a comunhão, o partir do pão e a oração. Toda igreja e célula precisa se dedicar à essas coisas para que todos sejam cheios de temor, vejam maravilhas serem realizadas, haja unidade e crescimento numérico. Sem se dedicar à essas quatro coisas, dificilmente veremos isso acontecer em nosso meio.
Ensino dos apóstolos. O apóstolo é um enviado, um mensageiro, um carteiro, um office-boy de Deus. O apóstolo não tem uma mensagem própria dele, mas assim como o apóstolo Paulo disse: “Pois recebi do Senhor o que também lhes entreguei...” (1Coríntios 11.23). Nenhum apóstolo se sentia no direito de entregar sua própria mensagem, e foi o apóstolo Pedro quem mostrou a origem dos ensinamentos apostólicos e de todas as Escrituras: “De fato, não seguimos fábulas engenhosamente inventadas, quando lhes falamos a respeito do poder e da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo; ao contrário, nós fomos testemunhas oculares da sua majestade. Ele recebeu honra e glória da parte de Deus Pai, quando da suprema glória lhe foi dirigida a voz que disse: ‘Este é o meu filho amado, em quem me agrado’. Nós mesmos ouvimos essa voz vinda dos céus, quando estávamos com ele no monte santo.Assim, temos ainda mais firme a palavra dos profetas, e vocês farão bem se a ela prestarem atenção, como a uma candeia que brilha em lugar escuro, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça no coração de vocês. Antes de mais nada, saibam que nenhuma profecia da Escritura provém de interpretação pessoal, pois jamais a profecia teve origem na vontade humana, mas homens falaram da parte de Deus, impelidos pelo Espírito Santo” (2Pedro 1.16-21). Dedicar-se ao ensino dos apóstolos é dedicar-se ao evangelho. Essa era a única mensagem que os apóstolos tinham para pregar. Jesus e o evangelho é o que eles viam em todas as Escrituras.
Em cada reunião de célula e celebração precisamos estar dedicados ao ensino dos apóstolos. Isso significa estar atento ao que era essencial para os apóstolos e a quem as Escrituras apontam como principal. Não demora muito e nós acabamos descobrindo que a bíblia fala realmente a respeito de Cristo. Ele mesmo disse: “Ele lhes disse: ‘Como vocês custam a entender e como demoram a crer em tudo o que os profetas falaram! Não devia o Cristo sofrer estas coisas, para entrar na sua glória?’E começando por Moisés e todos os profetas, explicou-lhes o que constava a respeito dele em todas as Escrituras” (Lucas 24.25-27).
 Se a mensagem da nossa igreja não for o evangelho, então não somos igreja de Jesus.
Comunhão. Essa palavra vem de “comum”. Viver em comunhão é ter tudo em comum e nada ser particularmente seu. O versículo 44 e 45 explicam como era essa comunhão: “Os que criam mantinham-se unidos e tinham tudo em comum. Vendendo suas propriedades e bens, distribuíam a cada um conforme a sua necessidade”. Embora não seja possível fazer exatamente como essa igreja fazia (vender as propriedades e bens), podemos fazer algo parecido. O fato é que não podemos viver em comunhão sem amar uns aos outros. Jesus disse: “Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros” (João 13.35). Para saber o que é amar fique atento ao que Paulo diz: “Quem ama é paciente e bondoso. Quem ama não é ciumento, nem orgulhoso, nem vaidoso. Quem ama não é grosseiro nem egoísta; não fica irritado, nem guarda mágoas. Quem ama não fica alegre quando alguém faz uma coisa errada, mas se alegra quando alguém faz o que é certo. Quem ama nunca desiste, porém suporta tudo com fé, esperança e paciência” (1Coríntios 13.4-7).
Não estamos reunidos em uma célula para agradar à nós mesmos, e sim para agradar à Deus amando as pessoas. Mas, em contrapartida, quando passamos a amar as pessoas e viver em comunhão com elas, isso produz alegria em nosso coração e nos livra do egoísmo. Deus está nos chamando para sermos dedicados na comunhão, e consequentemente crescermos no seu amor.
Partir do pão. Os irmãos da igreja de Jerusalém tinham o costume de fazer suas refeições juntos. Para algumas pessoas isso pode não parecer muito importante, mas é. O momento das refeições nos ensinam muito. Veja o versículo 46: “Todos os dias, continuavam a reunir-se no pátio do templo. Partiam o pão em suas casas, e juntos participavam das refeições, com alegria e sinceridade de coração”.
O momento da refeição é, em primeiro lugar, um momento de gratidão. Antes de multiplicar o pão e servi-lo ao povo, Jesus agradeceu a Deus (o Pai) (Mateus 14.19). Paulo disse: “Pois tudo o que Deus criou é bom, e nada deve ser rejeitado, se for recebido com ação de graças, pois é santificado pela palavra de Deus e pela oração” (1Timóteo 4.4,5). Devemos aprender a agradecer à Deus todos os dias por tudo o que Ele nos dá, e o momento da refeição é propício para isso.
Em segundo lugar, fazer refeições é momento de alegria. Era o que estava acontecendo na igreja de Jerusalém. Os irmãos faziam de tudo para marcar um churrasco juntos, uma galinhada, comer uma pizza, etc. Comer refeições juntos trazia alegria para seus relacionamentos, e com certeza não é diferente hoje. Adquira o costume de fazer suas refeições com algum irmão em Cristo, ou até, fazer uma vaquinha toda semana para jantar na casa de um.
Em terceiro lugar, fazer refeições juntos é momento de sinceridade. Quando estamos em uma reunião formal, temos a tendência de esconder quem somos. Mas, num ambiente informal e descontraído como um almoço ou jantar, as pessoas passam a agir com naturalidade e mostrar quem elas de fato são. No momento da refeição as pessoas tendem a falar de coisas que são importantes para elas e que mais preenchem seus pensamentos.
Oração. Não podemos ser uma igreja viva sem oração. A oração desperta o poder de Deus em nós que produz resultados incríveis. Especialmente os apóstolos (líderes da igreja) eram dedicados à oração (Atos 6.4) e a consequência é que “todos estavam cheios de temor, e muitas maravilhas e sinais eram feitos pelos apóstolos” (Atos 2.43). Deus fazia maravilhas nessa igreja por meio dos apóstolos, mas toda a igreja era dedicada à oração: “E assim Pedro estava preso e era vigiado pelos guardas; mas a igreja continuava a orar com fervor por ele” (Atos 12.5).
Se formos uma igreja dedicada à oração, veremos Deus realizar maravilhas e milagres em nosso meio. Deus escolheu usar a oração como um meio de nos abençoar. Veja o texto de 2Crônicas 7.14: “se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar e orar, buscar a minha face e se afastar dos seus maus caminhos, dos céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei a sua terra”. Não adianta inventarmos desculpas para não orarmos, a verdade é que por meio da oração seremos espiritualmente saudáveis e cresceremos para a glória de Deus. As evidências bíblicas e a história da igreja confirmam essa afirmação.

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